quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fracassa missão de satélite para monitorar CO2

O primeiro lançamento feito pela Nasa de um satélite para mapear as fontes de dióxido de carbono (CO2) na Terra fracassou nesta terça-feira devido a um problema no foguete enviado ao espaço.
O satélite Observatório Orbital de Carbono (OCO, na sigla em inglês) iria passar pelo menos dois anos monitorando locais-chave na superfície do planeta onde o CO2 está sendo emitido e absorvido.
Autoridades informaram que uma parte do foguete que cobre o satélite no topo do lançador não se separou como o previsto durante a missão, e o foguete, com o satélite, acabou caindo no Oceano Pacífico perto da Antártida.
A missão de US$ 270 milhões foi lançada em um foguete Taurus 40 - o menor atualmente em uso pela agência espacial dos Estados Unidos.
Este tipo de foguete já participou de oito missões e, incluindo este lançamento, falhou duas vezes. A Nasa vai iniciar uma investigação para determinar a causa do problema.

Aceleração

"As indicações iniciais são de que o veículo lançado não teve força suficiente para alcançar altitude orbital", disse John Brunschwyler, diretor do programa do Taurus da Orbital Sciences Corporation, a empresa que construiu o foguete.
Ele explicou que foi justamente o fato de a cobertura da área onde o satélite se encontrava não ter se separado que fez com que o foguete não pudesse alcançar a altitude necessária.
"Quanto há a separação, há um aumento de aceleração. Nós não tivemos esse pulo em aceleração. Como resultado direto de carregar o peso extra, não pudemos alcançar a órbita."
"Nossa equipe como um todo, num nível muito pessoal, está bastante chateada com os resultados", disse.
Outros satélites
Cientistas esperavam que a missão OCO melhorasse os modelos climáticos da Terra e ajudasse os pesquisadores a determinar quanto dos gases do efeito estufa está sendo absorvido pelas florestas e oceanos.
Em janeiro, um satélite japonês, o Gosat, foi lançado de Tanegashima, no Japão, para monitorar esses gases.
Um outro satélite da Nasa, o Glory, também projetado para medir poluentes na atmosfera da Terra, seria lançado em um foguete Taurus 40, na Califórnia, em junho.
Mas a agência espacial americana afirmou que o Glory não será lançado até que a causa do fracasso do OCO seja investigada.

O Brasil ficou em oitavo lugar no “Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas” – um levantamento realizado por organizações ambientais

Índice não levou em conta desmatamento.
O Brasil ficou em oitavo lugar no “Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas” – um levantamento realizado por organizações ambientais e divulgado nesta quarta-feira em Poznan, na Polônia, durante a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
Para destacar a falta de ações “fortes” contra a redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa, os autores da pesquisa - a ONG Germanwatch e a Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês) - deixaram os três primeiros lugares vazios. A lista começa na quarta colocação, com a Suécia.
“As emissões totais de todos os países cresceram mais rapidamente do que nunca”, justificou Jan Burck, um dos autores do estudo da Germanwatch.
Os que mais contribuíram
1. –
2. –
3. –
4. Suécia (66,7 pontos)
5. Alemanha (65,3 pontos)
6. França (62,2 pontos)
7. Índia (62,1 pontos)
8. Brasil (61,4 pontos)
9. Grã-Bretanha (60,6 pontos)
10. Dinamarca (60,6 pontos)
Fontes: Germanwatch e CAN
Em quinto lugar, ficou a Alemanha, seguida por França, Índia, Brasil, Grã-Bretanha e Dinamarca. Os últimos dez colocados são Grécia, Malásia, Chipre, Rússia, Austrália, Cazaquistão, Luxemburgo, Estados Unidos e, finalmente, Arábia Saudita.
Guinada alemã
O índice comparou 12 indicadores de 57 países para avaliar o nível de emissões, a tendência e a política para o clima de cada país. Entretanto, ele não levou em consideração as emissões provocadas pelo desmatamento e pelo uso da terra.
Somadas, as emissões dos países incluídos no Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas representam 90% da produção de gás carbônico no planeta.
“Nenhum único país pode ser julgado satisfatoriamente no que diz respeito à proteção do clima”, esclareceu Burck, destacando que a recente mudança de direção na política ambiental alemã não pôde ser incluída a tempo.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que até a reunião da ONU em Bali, no ano passado, era vista como uma das principais defensoras de metas de redução ambiciosas, vem afirmando que o combate à crise econômica mundial pode levar o país a rever suas posições.
Organizações ambientais aguardam a conclusão do encontro em Poznan na sexta-feira para verificar os impactos da crise econômica mundial nas negociações sobre o clima.
No ano passado, os três primeiros lugares na lista ficaram com Suécia, Alemanha e Islândia. Na lanterninha, ficaram Austrália, Estados Unidos e Arábia Saudita.